quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Entre o primeiro e o segundo: Ainda não era uma vez

Era uma vez, pois sim!

Porque, afinal, se iniciamos algo, nada melhor que essas três palavrinhas.

Nosso maior problema, porém, ao começar qualquer coisa com tal combinação, é que o final deve se encerrar com um "felizes para sempre", e não é assim que as coisas funcionam, se você entende um pouquinho da vida. Talvez porque ela simplesmente não acabe, e um fim não signifique o fim.

Há, ainda, outro problema. Poucas histórias são tão dignas do "era uma vez" quanto os contos de fadas, e não é esse o caso. Aqui não encontramos fadas, príncipes, castelos e bruxas. Não há reino a ser salvo heroicamente, ou maldição a ser quebrada. Nem dragão, espadas ou recompensas.

Ao invés disso, encontraremos um garoto mimado, uma avó com rugas nos olhos e um menino com fome. Piano velho, tinta a óleo, álcool. Encontraremos garotas e amigos, e uma garota em especial. E tantas outras coisas que não me atrevo a contar agora, mas acabaram por moldar cada sulco do rosto de Dionísio, e da própria alma do velho - que os anos moldam-nos todos, mais do que nós a eles.

Com todos os contra-pontos indicados, todavia, vamos começar com o "Era uma vez", de qualquer forma. Quem sabe o protagonista o mereça, afinal.

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