Era uma vez, pois sim!
Porque, afinal, se iniciamos algo, nada melhor que essas três palavrinhas.
Nosso maior problema, porém, ao começar qualquer coisa com tal combinação, é que o final deve se encerrar com um "felizes para sempre", e não é assim que as coisas funcionam, se você entende um pouquinho da vida. Talvez porque ela simplesmente não acabe, e um fim não signifique o fim.
Há, ainda, outro problema. Poucas histórias são tão dignas do "era uma vez" quanto os contos de fadas, e não é esse o caso. Aqui não encontramos fadas, príncipes, castelos e bruxas. Não há reino a ser salvo heroicamente, ou maldição a ser quebrada. Nem dragão, espadas ou recompensas.
Ao invés disso, encontraremos um garoto mimado, uma avó com rugas nos olhos e um menino com fome. Piano velho, tinta a óleo, álcool. Encontraremos garotas e amigos, e uma garota em especial. E tantas outras coisas que não me atrevo a contar agora, mas acabaram por moldar cada sulco do rosto de Dionísio, e da própria alma do velho - que os anos moldam-nos todos, mais do que nós a eles.
Com todos os contra-pontos indicados, todavia, vamos começar com o "Era uma vez", de qualquer forma. Quem sabe o protagonista o mereça, afinal.
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